Nosso universo pode estar dentro de um buraco negro, indica novo estudo da NASA

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Pesquisadores da Universidade Estadual do Kansas, usando dados obtidos pelo Telescópio Espacial James Webb, trouxeram evidências surpreendentes que reforçam a teoria de que nosso universo pode ser o interior de um buraco negro. O estudo analisou detalhadamente 263 galáxias e descobriu que a maioria delas gira na mesma direção, um fenômeno que desafia a visão tradicional da cosmologia.

A descoberta contraria a hipótese anteriormente aceita de que o universo é isotrópico — ou seja, deveria existir um equilíbrio entre galáxias girando no sentido horário e anti-horário. A predominância observada sugere que nosso universo pode estar em rotação desde sua origem, alinhando-se com a hipótese da cosmologia do buraco negro.

Galáxias espirais fotografadas pelo JWST que giram na mesma direção em relação à Via Láctea (vermelho) e na direção oposta à Via Láctea (azul). O número de galáxias girando na direção oposta à Via Láctea, observado da Terra, é muito maior (Shamir 2024e).

“Existem duas principais explicações possíveis para esse fenômeno. Uma delas é que o universo nasceu girando, o que concorda com teorias como a cosmologia do buraco negro, que defende que todo o universo é, na verdade, o interior de um buraco negro”, explica Lior Shamir, professor associado de ciência da computação da Universidade Estadual do Kansas e um dos principais autores do estudo.

A cosmologia do buraco negro propõe que o universo observável, incluindo nossa galáxia, a Via Láctea, poderia estar contido dentro de um buraco negro formado em outro universo, significativamente maior. Essa teoria desafia conceitos fundamentais da física atual, incluindo a ideia de que o Big Bang tenha sido o ponto inicial absoluto do cosmos.

Exemplo de galáxias fotografadas pelo JWST e os picos das transformações dos gráficos de intensidade radial de cada imagem. As linhas formadas pelos picos permitem identificar a direção da curvatura dos braços e, consequentemente, a direção de rotação da galáxia.

Além disso, a pesquisa abre a possibilidade intrigante de que os buracos negros em nosso próprio universo possam servir como portais ou limites para outros universos — alimentando ainda mais o conceito de um multiverso.

Porém, os pesquisadores são cautelosos e ressaltam que ainda são necessários mais estudos para compreender plenamente essas implicações. Uma hipótese alternativa sugerida pelos cientistas é que o movimento de rotação da própria Via Láctea esteja influenciando as medições, o que poderia exigir uma recalibração nos cálculos de distância das galáxias distantes.

“Se este for o caso, precisaremos recalibrar nossas medições de distância no universo profundo, o que poderia esclarecer vários mistérios ainda não resolvidos na cosmologia, como diferenças nas taxas de expansão do universo e a existência de galáxias cuja idade estimada atualmente é superior à idade do próprio universo”, comenta Shamir.

A pesquisa foi publicada no conceituado periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, sob o título “The distribution of galaxy rotation in JWST Advanced Deep Extragalactic Survey”.

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