Cientistas brasileiras concluem sequenciamento de DNA de coronavírus
O vírus que veio ao Brasil sofreu mutações

Passageiros e funcionários circulam vestindo máscaras contra o novo coronavírus (Covid-19) no Aeroporto Internacional Tom Jobim- Rio Galeão. (Fernando Frazão/Agência Brasil)
O vírus que veio ao Brasil sofreu mutações
Um grupo de cientistas brasileiros realizou o primeiro seqüenciamento genético do coronavírus na América Latina em não mais de 48 horas. O empreendimento foi conduzido pelo Instituto Adolfo Lutz, em parceria com o Instituto de Medicina Tropical da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de Oxford, no Reino Unido.
Esforços semelhantes foram feitos em todo o mundo e levaram cerca de 15 dias para que a sequência do vírus seja totalmente mapeada. Os pesquisadores brasileiros conseguiram disponibilizar os dados 48 horas após a confirmação do primeiro caso de coronavírus no país.
Para realizar a pesquisa, as cientistas usaram um dispositivo portátil lançado pela startup britânica Oxford Nanopre Technologies. O implemento é menor que um telefone celular e está conectado a um computador via USB. A estrutura do vírus é decodificada e traduzida por um programa de computador.
Vírus diferente
O mapeamento do genoma do vírus é essencial para possibilitar o desenvolvimento de testes de triagem e vacinas. Também ajuda os especialistas a entender melhor como o vírus se espalha no ambiente e sofre mutações.
Estudos preliminares mostram que o vírus identificado no Brasil é diferente do observado em Wuhan, China – o epicentro da doença – por três mutações, duas das quais aproximam o vírus da cepa detectada na região da Baviera na Alemanha.
O primeiro paciente brasileiro confirmado como infectado pelo coronavírus foi contaminado após uma viagem à Lombardia, na Itália. Embora os testes indiquem que o vírus no Brasil é semelhante à sua variedade européia, amostras italianas ainda não foram sequenciadas.
O Ministério da Saúde informou que um novo caso do coronavírus foi confirmado. O paciente, um homem de 32 anos, também estava em Milão, Itália. Ele foi levado ao Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo na sexta-feira (28 de fevereiro) com febre, tosse, dor de garganta, dor muscular e dor de cabeça. Sua condição era considerada leve e estável, o que o levou a ficar isolado em casa.
Atualmente, 182 casos suspeitos estão sendo monitorados e dois casos foram confirmados até o momento. Por outro lado, 71 casos foram descartados.