Astrônomos detectam jato de rádio gigantesco de Quasar do “Início do Universo”

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Esta imagem fornecida pelo NOIRLab da NSF mostra uma ilustração artística do maior jato de rádio já encontrado no início do Universo. (M. Garlick/NOIRLab/NSF/AURA via AP)

Astrônomos de todo o mundo detectaram um gigantesco jato de rádio emitido por um quasar que remonta aos primeiros 1,2 bilhões de anos do universo. Este jato, com uma extensão estimada de pelo menos 200.000 anos-luz—o dobro do diâmetro da Via Láctea—é o maior já observado nesse período inicial da história cósmica.

Quasares são núcleos galácticos extremamente luminosos, alimentados por buracos negros supermassivos que consomem gás e poeira ao seu redor, liberando enormes quantidades de energia. O quasar em questão possui uma massa equivalente a 450 milhões de vezes a do Sol, embora seu buraco negro central não seja particularmente massivo em comparação com outros conhecidos.

A detecção de jatos de rádio tão antigos é desafiadora devido à interferência do fundo cósmico de micro-ondas remanescente do Big Bang, que pode obscurecer essas emissões. No entanto, a natureza extrema deste quasar permitiu que sua emissão fosse observada da Terra, apesar de sua imensa distância.

Observatórios na Europa, Havaí e Texas contribuíram para este estudo, que foi publicado na revista Astrophysical Journal Letters.

Esta descoberta desafia as teorias existentes sobre a formação de jatos de rádio no universo primitivo. Anteriormente, acreditava-se que apenas buracos negros supermassivos poderiam gerar jatos tão vastos. A observação sugere que esses fenômenos já existiam muito cedo na história do universo, indicando que os processos de formação de jatos podem ser mais comuns e ocorrer em fases mais iniciais do que se pensava.

A identificação de jatos de rádio em quasares distantes também pode fornecer insights sobre a evolução das galáxias e a formação estelar no universo primordial. Os jatos podem influenciar o meio interestelar, afetando a taxa de formação de estrelas nas galáxias hospedeiras. Estudos futuros com instrumentos mais avançados, como o Square Kilometer Array (SKA), poderão aprofundar nossa compreensão desses processos e revelar detalhes sobre a interação entre buracos negros e suas galáxias no início do cosmos.

Esta descoberta representa um avanço significativo na compreensão da dinâmica do universo primitivo e pode levar a uma revisão das teorias sobre a interação entre buracos negros e suas galáxias hospedeiras.

Fontes: apnews.com

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