Estudo: Azitromicina não tem efeito sobre pacientes graves do Covid-19

Amplamente usada em todo o mundo na resposta ao novo coronavírus, a azitromicina recebeu um grande balde de água fria nesta sexta-feira (04/09).

No primeiro estudo do tipo clínico de que se tem notícia envolvendo o uso do medicamento em pacientes com covid-19 hospitalizados, pesquisadores brasileiros demonstraram que a azitromicina não leva a melhoras e, portanto, não tem indicação de uso para casos graves.

Publicada na Lancet, a segunda revista médica mais influente do mundo de acordo com a consultoria Clarivate Analytics, a pesquisa envolveu 397 pessoas com diagnóstico de covid-19 em casos considerados graves — assim classificados por critérios como necessidade de reforço de oxigênio ou ventilação mecânica. Além disso, eles tinham fatores de risco associados, como hipertensão ou diabetes.

Os pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos — 214 deles receberam azitromicina mais o tratamento padrão, e outros 183 receberam apenas o tratamento padrão, sem azitromicina. O tratamento padrão, feito em ambos os casos, incluía a hidroxicloroquina, pois naquela época — entre março e maio — seu uso estava sendo bastante frequente.

Quinze dias depois, a situação de saúde dos participantes foi avaliada através de uma escala com seis categorias, como ter recebido alta, mas manifestar sequela; estar internado usando ventilação mecânica; ou mesmo óbito — o que aconteceu em percentual alto, já que o grupo de pacientes acompanhados só incluía pessoas em estado grave.

Fonte: Azithromycin for severe COVID-19 |The Lancet

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