Professor ex-catador de latinhas cria computador de R$ 22 para ajudar estudantes durante pandemia

Ex-catador de latinhas, o professor Ciswal Santos, de 31 anos, radicado em Juazeiro do Norte, na região do Cariri do Ceará, acaba de desenvolver um computador do tamanho de uma caixa de fósforo, para ampliar a acessibilidade tecnológica de famílias de baixa renda. O aparelho, que foi construído com um custo de apenas R$ 22, pretende auxiliar, sobretudo, crianças e jovens cearenses no ensino.

O professor criou computador e batizou de HYTEC One, que significa “Oi, tecnologia”desenvolvido com pequenos componentes eletrônicos, rodando um sistema operacional básico, que pode ser conectado a qualquer tela, seja de computador ou celular.

“Um computador hoje é bem caro. A falta de acessibilidade me deixava desconfortável desde cedo”.

Ciswal dos Santos

Então, resolveu criar o equipamento que rodasse programas básicos, como reprodutor de mídias, criação de texto, planilhas e slides. Com apenas R$ 22, Ciswal criou um computador com duas partições e o uso de um cartão de memória SD como um HD de computador.

Protótipo do Hytech ainda na protoboard. Imagens: Reprodução.

Breve história

Mas na comunidade científica Ciswal há alguns anos vinha tendo destaque. Ex-catador de latinhas cearense foi selecionado para estudar em Harvard em 2018.

Hoje professor de Ciências da Computação, o juazeirense entrou na faculdade aos 16 anos e com muitas dificuldades. “Sou filho de uma faxineira; minha mãe, Valdenora, sempre trabalhou para nos dar comida. Só que precisava de dinheiro para comprar materiais, farda e xerox de apostilas, pois não tinha como comprar livros”, relembra o professor.

Em 2019, Ciswal foi convidado para ser embaixador da ONU quando ele voltou ao Brasil, após ter desenvolvido um projeto de água, energia e internet renováveis.

Foi nomeado embaixador de Direitos Humanos da Noble Order for Human Excellence (NOHE), entidade presente em 17 países, ligada à Organização das Nações Unidas (ONU). Além de Moçambique, outros países africanos como Zimbábue, Congo e Madagascar se interessaram pela iniciativa, que consiste na utilização de placas solares para captação de água, a partir de poços artesianos, e acesso à internet, disponibilizada via satélite. 

Mais informações e contato com o autor ‎@ciswal no Twitter.

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